Apenas observe...

Apenas observe...
Por Sócrates Guedes

sábado, 18 de dezembro de 2010

Eu e minha Úlcera (edição não finalizada)

Este escrito que vos mostro é um trecho de um livro que estarei, por breve, a começar. Contém uma dedicatória cuja a pessoa dedicada já foi ,referidamente, mencionada numa de tantas outras parciais aventuras emocionais... No fim, digo, quando terminar parecerá um livro de auto-ajuda... Me ajudei bastante ao dizer, escrevendo, as palavras abaixo. Que seja, vamos ao que lhes é digno:


O silêncio me proporciona muitas coisas, tantas que mal tenho espaço intelectual para averiguá-las, tantas que meu pulso chega a arder... Tantas idéias atravessando uma única avenida, sem semáforo, sem guardas, livres, entretanto, desorganizadas... Adoro quando, perdido nestas ruas adjacentes, me deparo com meu presente. Nele existem pessoas cuja sua importância e relevância são caracteristicamente descartáveis, outras, poucas, fazem com que tome uma outra perspectiva da vida, por inteira, que se diga passageira... Destas pessoas há uma que tenho tentado expulsar do meu mundo particular. Há um bom tempo que não sabia o motivo, ainda não sei, mas... Pergunto-me sempre que posso: Quando mais queria afastá-la, percebo que é ao meu lado que ela deve ficar, cuidando de mim, me proporcionando cuidado recíproco, então, como manter ao seu lado alguém que, naturalmente, é afastada pelo meu medo? Medo de ter suas particularidades invadidas, descobertas, compartilhadas. Medo do seu mundo não mais pertencer-te, medo de todos, medo algum.


Agora ou há um tempo, entendi minhas preocupações, o silêncio não é algo que optei, e sim, meu fardo, meu mundo, minha escuridão. Eis que surge ela com seu candelabro, senta a meu lado, pede conversa, recuso... Num gesto delicadamente violento bate em meu ombro e me desbloqueia, pede novamente, cedo... Conta suas histórias, é estranho, não é minha vida, mas quero escutá-la. Termina e diz: “Conta-me tuas proezas, se não as tens, dizes o que queres e procura até achá-las.” Assim, meu mundo, atolado por idéias, para... Palavras deixam de esbarrar em si, flutuam, sons que costumavam atingir-me com repulsa, cessam e flutuam, pairam, somem... Apenas o candelabro e ela continuam a mover-se, a gesticular-se... Então digo: “Quero que minhas proezas sejam as suas, se possível construindo contigo, evitando pontos finais como em muitas outras citações”. Resumo minhas palavras a um beijo, simples, leve, delicado, mas intenso. Então desperto, sinto sua falta, a procuro, e me deparo com as conseqüências: havia a expulsado e não sabia mais como achá-la, ainda assim, caso a achasse o que faria? O que diria? A beijaria? Logo a encontro, abraço e pronto, estamos juntos, descalços, num banco qualquer, e o candelabro não é mais necessário, o mundo deixou de ser escuro, ilumina-se por si só. E as palavras? Ainda voam por qualquer lugar.



Um comentário:

  1. por isso que eu te amo, tão profundo e sincero como uma criança.

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