Apenas observe...

Apenas observe...
Por Sócrates Guedes

quinta-feira, 24 de março de 2011

Angústias de um velho trancado no corpo de criança

A dor que sinto em não querer dormir, a angústia que minto em não querer sentir... Será mesmo que merece a escrita?
Sento e descanço meu corpo, que por mostrar-se tão fragilizado, mal pode assumir tal postura. A quê isso me deve? A quê isto me remete?
Será que mereço ir ao canto e sumir?
Penso se pensar, seja esta, mesmo por mim, a melhor solução... Parece tão... racional! Não corresponde ao que faço, de fato. Não corresponde ao quê? Faço, simples, porém bruto, rápido, porém solúvel...
Até então não decidir o que escrever não é ilegal, nem injusto... é passional! Passa-se a acreditar que tal coisa não exista:
O não querer dizer o que escrever
O não querer fazer o quê?
Fazer, falar, dizer, ditar
Este, que por ventura, possa ser o maior escrito cujo qual consegui corresponder, sendo tal escrito desnecessário ao tempo.

quarta-feira, 16 de março de 2011

A incrustante degeneração do pensamento

Palavras não vêm a minha mente, se torna uma angústia quase que proeminente. De receios escrevo esta porsa, de ânseios me afogo e nada provam.
Palavras que visto de repente, desaparecem e me volto ao estado angustiante (de apenas uma angústia) e nada importa. Um conselho que às vezes não enxergo é aquele em que me inspiro e nada volta. Um conselho em que se espelham, regorgitam o que devoram e me devolvem o que não presta, o que nada resta, o que me desperta, o que nada quero de um simples conto de mero, aliás, mera, mera coincidência, mera advertência, mera casualidade.
Às vezes abro a porta para palavras erradas, desgastadas, cheias de desprezo e tenho que ouvi-las, pois, não tenho escolha, é falta por minha apuração que me eduquem sem esta aberração. Foi de minha escolha aceitá-las e é de meu dever ignorá-las.

terça-feira, 1 de março de 2011

...Chegue de repente!

Acabrunhe bem perto, a minha mente
seja frio, escondido ou escolhido entre trapos

os farrapos que descolam de minha pele

de repente...

fica parecendo alta, cuja visão, quase inata, nunca transborda no meio fio

fica quente... de repente

suor, sangue, nervos...

todos os componentes que alegram a nós

a nossa gente... de repente

o sol se despede

alastra um bobo sorriso enquanto que nós

muito, e até demasiado, iludidos

percebemos apenas a luar chega
r
e de tão quente, de tão eufórico...

me esqueço que era dia
...
me deparo, que de repente, já é noite

mas do que mesmo se tratava...?

Retiro um papel, escondido no mausoléu de minha mente

nele há escritos, tantos que transbordam

e tenho que apanhar as letras ao chão

quando, digo, quando em busca do diferente

percebo que isso não mais era aquilo

e que no transbordar das palavras

me perco e me afogo, grito por socorro

nado para um lado... Para que lado fica o abstrato?

ja ensurdecido, na inatidão do agora

paro e acordo... percebendo, que de repente,
cheguei o mais perto do que dizem ser "estar contente".


LEITÃO, Ivan Sá

Obs: devo a inspiração deste texto à frase de uma amiga, cuja qual usei para o título!