Apenas observe...

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Por Sócrates Guedes

sábado, 14 de abril de 2012

Viagem para Delírio

Sei que sou um ser de sangue frio, hirto, junto à morada doentia d'minha'lma.
Julgo, sem saber se vejo o fio da lâmina que me leva e me atravessa.
Chego a lugares imemoriais das vizinhanças do meu ego, cego e inadimissível.
Prego nas paredes da morada quadros retratando as fantasias, euforias e algo mais.
Mas recuso-me a acreditar que não haja outro lugar para me esconder... De quê? Do quê? De quem? Não digo, nem ouso proferir um amém. Que assim não seja.
Talvez deseje o que alguem, em algum dia, num esquecido lugar, deseja.
Talvez almeje o que, em algum esquecimento inaldível, tenha alcançando meus ouvidos.
Talvez, em algum dos multiplos significados do saber, não haja mais tal coisa.
Nã aja, não exista, não, em mim, insista, nem abra seu receptáculo inescrupuloso para mim, pára em mim... Sustenta minha dor, ou a mentira que enfeita esta parte dolorida...
Saber o que dói é inconstante. Saber se sois vóis é uma dúvida dilacerante.
Saber se não sei, se não há dor, nem sujeito delirante é o que move meus anseios, ao passo de escanteio, para o canto, para o pranto, para o medo e para a sorte...
Digo mais... Para à morte.